Boa tarde

E o tempo mudou tão de repente
que não tive tempo para me preparar,
e a dor que eu sinto, mas que ninguém sente,
começa na alma para no corpo se espalhar.

E o tempo mudou sem nenhum aviso,
nem mesmo um amigo para me alertar.
No peito um talho, um corte preciso,
na mente, memórias que começam a falhar.

E o tempo mudou do azul para o cinza,
ao longe montanhas que não consigo alcançar,
o vento que uiva já não é a mesma brisa
que os meus cabelos vinha acariciar.

O tempo mudou um tanto sorrateiro,
da minha agonia veio zombar.
Eu, arrogante, me julgava o primeiro,
e hoje não tenho do que me orgulhar.

O tempo mudou como era sabido,
somente um tolo para não acreditar,
que o tempo passado é tempo perdido,
e o que ainda me resta, só tempo dirá…

Homenagem – Nélida Piñon

Nélida Cuinãs Piñon nasceu no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro em 03/05/1937. Seus pais, o comerciante Lino Piñon Muíños e Olívia Carmem Cuíñas Piñon são originários da Galícia, do conselho de Cotobade, na Espanha.

Seu nome é um anagrama do nome do avô Daniel. Ainda criança era estimulada para a leitura e já escrevia pequenas histórias. Com 4 anos mudou-se para o bairro de Copacabana. Em seguida morou no Botafogo, quando estudou no Colégio Santo Amaro.

Com nove anos, Nélida já frequentava o Teatro Municipal. Com 10 anos fez sua primeira viagem à terra de seus pais, onde ficou durante quase dois anos.

Na adolescência, morou no Leblon. Estudou Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Com 20 anos perdeu o pai, grande responsável por sua formação como escritora.

Em 1961, Nélida estreou na literatura com o romance, “Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo”, que fala de temas como pecado, perdão e da relação dos mortais com Deus através do diálogo entre o protagonista e seu anjo da guarda.

Em 1963 publicou seu segundo livro “Madeira Feito Cruz”. Em 1965, viajou para os Estados Unidos com a bolsa “Leader Grant”, concedida pelo Governo norte-americano.

Entre 1966 e 1967, Nélida trabalhou como editora assistente da revista Cadernos Brasileiros.

Em 1970 inaugurou e foi a primeira professora da cadeira de Criação Literária da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Entre 1976 e 1993 foi membro do Conselho Consultivo da revista Tempo Brasileiro.

Em 1990 foi eleita para a cadeira n.º 30 da Academia Brasileira de Letras. Em 1996 foi a primeira mulher eleita para presidir a ABL por ocasião do seu primeiro centenário.

Entre 1990 e 2003, foi titular da Cátedra Henry Kin Stanford em Humanidades, da Universidade de Miami, onde realizou cursos, debates, encontros e conferência.

Nélida foi escritora-visitante da Universidade de Harvard, da Columbia, de Georgetown, de Johns Hopkins, entre outras.

Ao longo de sua carreira, Nélida colaborou com diversas publicações nacionais e estrangeiras. Seus contos foram publicados em diversas revistas e fazem parte de antologias brasileiras e estrangeiras.

A obra de Nélida Piñon foi traduzida para diversos países, entre eles, Alemanha, Espanha, Itália, Estados Unidos, Cuba, União Soviética e Nicarágua.

No dia 9 de novembro de 2011, em sua homenagem foi inaugurada em Salvador, Bahia, a Biblioteca Nélida Piñon, a primeira biblioteca do Instituto Cervantes que recebeu o nome de um escritor de língua não hispânica.

Em outubro de 2014 por iniciativa do Concello de Cotobade, com a colaboração da Conselleria de Cultura, Educación e Ordenación Universitaria da Xunta de Galícia, foi lançado o “Prêmio Nélida Piñon”.

Em outubro de 2015 foi inaugurada em Cotobade, Galícia, terra de sua família. A Casa de Cultura Nélida Piñon.

Nélida Piñon faleceu em Lisboa, Portugal, onde estava morando, no dia 17 de dezembro de 2022

Prêmios Literários
Prêmio Walmap com o romance “Fundador” (1970)
Prêmio Mário de Andrade com o romance “A Casa da Paixão” (1973)
Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte
Prêmio Ficção Pen Clube com o romance “A República dos Sonhos” (1985) Prêmio Golfinho de Ouro pelo conjunto da Obra (1990)
Prêmio Jabuti – Melhor Romance de 2005 e Melhor Livro do Ano na Categoria Geral (2005) por “Vozes do Deserto”Prêmio Juan Rulfo, no México
Prêmio Jorge Isaacs, na Colômbia
Prêmio Rosalia de Castro, na Espanha
Prêmio Gabriela Mistral, no Chile
Prêmio Puterbaugh, nos Estados Unidos
Prêmio Menéndez Pelayo da Espanha
Prêmio Príncipe de Astúrias pelo Conjunto da Obra (2005)
Doutor Honoris Causa
Doutor Honoris Causa da Universidade de Poitiers, França
Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela, Espanha
Doutor Honoris Causa da Florida Atlantic University, EUA
Doutor Honoris Causa da Universidade de Montreal, Canadá
Doutor Honoris Causa da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre

Obras de Nélida Piñon
Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo (1961)
Madeira Feita Cruz (1963)
Tempos das Frutas: contos (1966)
Fundador (1969)
A Casa da Paixão (1972)
Tebas do Meu Coração (1974)
A Força do Destino (1977)
O Calor das Coisas (1980)
Sala das Armas (1983)
A República dos Sonhos (1984)
Canção de Caetana (1987)
O Pão de Cada Dia (1994)
Até Amanhã, Outra Vez (1999)
A Roda do Vento (1998)
Vozes do Deserto (2004)
Aprendiz de Homero; ensaio (2008)
Coração andarilho: memória (2009)
Livro das Horas: memória (2012)
A Camisa do Marido (2014)
Filhos da América (2016)
Uma Furtiva Lágrima (2019)
Um Dia Chegarei a Sagres (2020)

 

 

Fonte: ebiografia.com

Maio – fatos históricos e datas comemorativas (1)

Dia 1 – Morte do pintor, gravador, ilustrador, desenhista, entalhador e cenógrafo baiano José Júlio de Calasans Neto.

Início da greve geral nos Estados Unidos e manifestações pelas ruas de Chicago. Os eventos que se seguiram motivaram a criação do Dia do Trabalhador.

Primeiro-ministro de Cuba, Fidel Castro, proclama o país como nação socialista e abole as eleições.

Estreia da ópera As Bodas de Fígaro, composta por Wolfgang Amadeus Mozart.

Dia Mundial do Trabalhador

Dia da Literatura Brasileira

Dia 2 – Morte do líder e fundador da AlQaeda, o saudita Osama bin Laden.

Criação da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Inaugurado o Passeio Público de Curitiba.

Dia 3 – Nascimento do pugilista norte-americano Walker Smith Jr., conhecido como Sugar Ray Robinson, eleito o maior lutador do século XX pelo Associated Press, e o maior pugilista da história pela ESPN e do geógrafo baiano Milton Santos.

Fundação da Sociedade Brasileira de Sciencias, atual Academia Brasileira de Ciências.

Dia Nacional do Pau-Brasil.

Dia Internacional da Liberdade de Imprensa – comemoração instituída pela ONU, por meio da Resolução 48/432, de 20 de dezembro de 1993.

Dia do Parlamento – comemoração, conforme Lei Nº 6.230, de 27 de julho de 1975, para marcar a data da instalação da primeira Assembleia Constituinte brasileira, em 3 de maio de 1823.

Dia do Sol.

Fundação do Centro Dramático e Recreativo Internacional de Mogi das Cruzes.

Dia 4 – Nascimento do músico paraibano Herbert Vianna, vocalista, guitarrista e principal compositor do grupo Os Paralamas do Sucesso e do ator e cineasta catarinense Rogério Sganzerla.

Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos: os Viajantes da Liberdade começam uma viagem de ônibus pela Região Sul.

Dia 5 – Nascimento do produtor musical paulista Arnolpho Lima Filho, conhecido como Liminha, baixista da banda Os Mutantes, ficou em 99° lugar na lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, promovida pela revista Rolling Stone e da cantora e compositora fluminense Beth Carvalho.

Morte do líder político e militar francês Napoleão Bonaparte.

Supremo Tribunal Federal do Brasil reconhece a união estável para casais homoafetivos.

Dia Mundial da Língua Portuguesa – data ratificada pela Unesco em Paris, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Dia Nacional das Comunicações – data escolhida em homenagem ao nascimento de Marechal Rondon, reconhecido como o Patrono das Comunicações, por ter contribuído para a integração do território nacional por meio da construção de linhas telegráficas.

Dia do Expedicionário.

Dia 6 – Nascimento do médico neurologista e psicanalista tcheco Sigmund Freud e da atriz e humorista fluminense Maria José de Macedo, conhecida como Zezé Macedo.

Dia Nacional da Matemática.

Dia 7 – Nascimento do economista francês Thomas Piketty, figura de destaque internacional com seu livro O Capital no século XXI.

Fundação da empresa japonesa Tokyo Tsushin Kogyo (mais tarde renomeada Sony), com cerca de 20 funcionários.

Dia 8 – Nascimento da atriz fluminense Elisabeth Maria Silva de Faria, a Betty Faria e do músico de blues norte-americano Robert Leroy Johnson.

Dia do Artista Plástico.

Dia Mundial da Cruz Vermelha.

Dia 10 – Nascimento do cineasta italiano Ettore Scola.

Morte do poeta, teatrólogo, músico e compositor maranhense Catulo da Paixão Cearense.

Dia Mundial do Lúpus – comemoração que conta com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde para conscientizar sobre alguns dos sintomas do lúpus eritematoso sistêmico, uma doença autoimune crônica de causa desconhecida e de difícil diagnóstico, que acomete mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo.

Inauguração da Rádio MEC FM.

Entra em funcionamento a Agência Brasil.

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Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br