Quando

Quando estou desligado
num papel de rascunho,
caneta em punho,
é teu nome que escrevo
distraidamente…

Quando cantarolo uma canção,
cujo a letra esqueço,
outros versos invento
e o teu nome murmuro
delicadamente….

Quando acordo a noite
no meio da madrugada
e te vejo deitada
os teus cabelos eu cheiro
suavemente….

Tudo me leva a crer
que eu só consigo viver
se a tenho por perto.
Tudo me lembra você
só me resta torcer
para que sempre dê certo

Bom dia

O que te mantem tão dispersa,
Tão centrada e inquieta
Que não olhas para mim?
O que tanto te incomoda,
Te alerta e te transforma
Que não sobra tempo para mim?

Queria estar na canção que tanto ouves,
No compartimento que nunca coube
Nossos corpos ao mesmo tempo.
Quero estar em ti a todo instante,
Riso frouxo, olhar radiante
Morar em teus pensamentos.

Ah se fosse tudo tão diferente,
Se você me olhasse atentamente
A ponto de me descobrir em ti.
Eu surgiria de trás das sombras,
E o meu amor avançando em ondas
Cairia manso a te cobrir.

Queria tanto falar contigo,
E te mostrar o quanto eu preciso
Fazer parte da tua história.
Mas tenho medo que a música cesse,
Que a solidão, para mim, regresse
E tu me apagues da memória.

Doce ilusão

Doce ilusão e mistério
Você me tira do sério
Tem vocação em querer me iludir.
Teu coração insincero
Me julga por tolos critérios
nessa canção que eu já cansei de ouvir.

Doces palavras são ditas,
Eu pergunto se ainda acreditas
Nas juras de amor que um dia fizemos.
Você me responde, no entanto,
Que o teu amor um dia foi tanto,
Pois as paixões sempre nos tornam mais cegos.

Eu já não posso descrever
como é viver sem você
Nas tardes de inverno dessa cidade tão triste.
Por onde viaja meu pensamento,
Em que lugar, em qual momento
Vou te provar que esse amor ainda existe.

Decerto que a minha loucura
Foi perder-me na tua cintura
E nos doces beijos dessa boca tão linda.
Hoje essa saudade me fere
Com o desejo à flor da pele,
Volta meu bem, você ainda é bem-vinda!